sábado, 3 de outubro de 2009

"...I guess the winter
makes you laugh a little slower
makes you talk a little lower
about the things you could not show her..."

Counting Crows.




pra Lubi.




Você, Pet, nossos escritos, evoluções. Amores que vêm, e vãos. Cores que desbotaram nos idos dos anos - nem tantos, ou tão poucos. A maturidade que nos persegue, implacável. A pretensão de ser adulto que nos toma a liberdade, a nossa disposição em perder a liberdade por alguém, as prisões disfarçadas de bem querer a que nos submetemos querendo aplacar um pouco da solidão quem nem nossas letras conseguem expressar com precisão.
Somos tão distintos quanto pares, e separar evidencia o vazio. Me busco nas suas palavras, vez em sempre, pra resgatar aquelas coisas que o tempo não consegue manter muito longe de nós. Penso nos sentidos do poeta, daquele que eu chamava de Meu Espelho, pra pôr pra fora o que sou e não me afogar em sentimentalismos. Ontem a correria que já se tornou (a)normalidade na minha rotina deu espaço à reflexão. Vi Lubiana aos 18, com uma alma de 30, e poucos, a sensibilidade de quem ama aos 50 e a sabedoria de quem chegou lúcida aos 90 anos de idade. Uma mulher feita, dentro de uma menina. Vi Pet com aquela voz mansa e o sorriso cafajeste do malandro, com o poder de dizer o que se quer ouvir, com a sorte de sentir grande, imenso, como poucos e de expressar como quase ninguém sabe fazer.
Ontem me vi aos 27. Com medo de uma paixão avassaladora, que eu achava estar durando demais, e que, ainda hoje, não me deixou o peito. Me vi falando de amargor, de sofrimento, e de amor incondicional. De sentimento de verdade, daquele que dói só pra te mostrar que você está viva. Daqueles momentos em que a tensão torna o ar tão denso a ponto de poder ser cortado a faca! Me vi descobrindo que amor não era conto de fadas, mas podia dar uma bela história...
Dois mil e cinco deixou marcas, sentidos, palavras, textos, blogs, fotografias, músicas, poemas, quadrinhas, trabalhos à quatro mãos, e um sorriso de canto de boca quando lembro que no mundo existe gente como vocês. Dois mil e cinco me deixou a certeza de que não reconheço meus amigos só pela pupila, mas por palavras. Na verdade por sua capacidade de transformar palavras em sentido, de ordená-las tão bem a ponto de eu me encontrar ali, e não querer mais sair.


#2005feelings